domingo, 4 de dezembro de 2011

Amigo é para sempre (parte 1)

Ágata acordou e logo pensou: "Preciso ligar pra Talita! Não deu pra conversar direito nem dizer que ela vai sentar comigo no passeio e nem dizer onde vamos sentar no ônibus. E, falando em passeio..." Mal terminou de pensar e saiu falando:

- O calendário! O calendário! Eu não atualizei!

Ela corre para a cozinha e o irmão Marcello acorda e também corre assustado pela gritaria:

- Ágata, 5h50 da madrugada e você gritando por aí? Se não foi por causa de alguma coisa importante, amanhã vou te acordar bem cedinho!

- Bem, o que é alguma coisa importante pra você? Porque é importante, só não sei se é pra você - diz Ágata.

- Então quer dizer que você me acordou às 5h só pra marcar os dias que faltam para o passeio? - diz Marcello, dando uma espiadinha.

- É, e só faltam 19 dias!

Como você percebeu, Ágata estava muito ansiosa para o passeio. Não porque era o primeiro passeio dela, nem porque era o lugar mais legal de todos os que ela já tinha ido, mas porque era o segundo passeio dela com a Talita, sua melhor amiga. Ela pensou no primeiro passeio, como havia sido legal. Pensou também no que elas poderiam fazer juntas nessa nova oportunidade de diversão entre amigas.

Ágata se arrumou para ir para a escola e ligou para Talita:

- Alô, Talita, desculpa ligar agora, mas é que ontem não deu pra eu falar que quero muito sentar com você e ficar com você no passeio.

Do outro lado da linha, Talita responde:

- Tudo bem, eu também quero muito sentar com você. Mas, por favor, chegue antes da Paula, ela quer escolher tudo o que nós vamos fazer, e quer ficar comigo; ela não gosta de você.

- Pode deixar, e agora tenho que ir. Na escola a gente se fala...

Ágata desliga.

Quando Marcello e Ágata voltavam da escola, Ágata desabafa para o Marcello:

- Aí, Marcello, a professora mudou a Talita de lugar e agora ela vai gostar da Paula e não de mim...

- Por quê? O que aconteceu? Pra onde a professora a mudou?

- Ela estava perto de mim e agora está na frente da Paula!

[Espere até o próximo texto para descobrir o que aconteceu.]

Giovanna Borges

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Na balança

Hoje a história também é de dois adolescentes, Carol e Lucas, de 13 e 15 anos. Tudo começa num dia em que Carol foi à farmácia com a mãe e viu uma balança. Foi lá e para sua surpresa estava com 45 quilos. Que espanto! Para ela, estava com 41 kg. E emagrecer 4 quilos pode parecer ser fácil, mas para quem está lutando para perder massa, sabe que é difícil. Carol saiu da farmácia meio preocupada.

Chegando em casa, o almoço estava tentador. Almôndegas, macarronada com um tempero delicioso, que aumenta uns quilinhos, também tinha dois tipos de molho para colocar no macarrão e de sobremesa: torta de maçã com calda de caramelo, sua preferida. Toda segunda e quarta-feira de cada mês era um almoço especial. E hoje era esse dia.

- Carol, você não vai comer seu prato favorito? - diz a mãe vendo a filha separar a comida.

- É que eu... estou... bem... com... 45 quilos e... Quero emagrecer.

- Mas você está ótima! - diz Lucas. - Claro, não estou dizendo que você pode comer um monte de porcarias só porque é magra. Quero dizer que chega de regimes, é o quarto neste ano! Coma o que você sempre come.

Carol não disse nada. Nos dias que se seguiram Carol continuava o regime e Lucas insistindo sempre que ela já estava bonita.

- Lucas! Mãe! - Carol chamou os dois.

- Veja mãe! Eu emagreci um quilo! - diz Carol empolgada trazendo um papel na mão.

- Que bom. Agora já está ótimo! - Lucas pega o prato de Carol na cozinha, mas ela diz:

- Não, agora me empolguei com o regime e não quero tudo isso.

- Mas Carol! Você sempre gostou de bastante batata, e a bala que você ganhou de dia das crianças na escola está em cima da geladeira - lembra Lucas.

- Deixa. Pelo menos ela vai manter a saúde - a mãe fala.

- Vai manter é a magreza. Um doce de vez em quando não tem problema, nós nos alimentamos bem.

Carol deixa o papel nas mãos de Lucas e vai para a cozinha.

- Cardápio? Que cardápio é este? - pergunta Lucas.

- Eu vou emagrecer - era a resposta de Carol para tudo.

Um dia Carol voltou da escola e disse:

- Mãe, estou indo bem: 43!

- Carol, você está linda, e olha só: não precisa emagrecer, eu gosto muito de você do jeito que é e que era! - diz Lucas.

- Não quero desanimar você, mas não percebi diferença antes e depois, porque quem a ama não percebe e não liga. Você é linda de todo o jeito, quem não gosta de você encontrará mil defeitos mínimos, mas, se for acreditar na opinião deles, sua vida será um choro. Chega de emagrecer! Você é, era e se continuar se cuidando do jeito que já se cuidava sempre será linda! Mas não precisa se encher de um monte de besteiras só porque é magra, cuide com a saúde, e não com esse regime.

Carol largou o cardápio e abraçou o irmão, dizendo:

- Obrigada, você tem razão.

- Muito bem Lucas! - elogiou a mãe. - Foi uma bela fala. Parabéns pela sua atitude e parabéns pra você também, Carol; e só uma coisinha: seu prato está na mesa e já está esfriando.

- Que lindo! - exclama Carol olhando para o prato que, com cenouras, arroz e feijão formava mais ou menos (porque é difícil fazer desenho com garfo e comida, mas Carol entendeu) a frase: "Você é linda!"

Giovanna Borges

Manual de Sobrevivência da Garota Descolada

Autor: Nancy Rue

Editora: Mundo Cristão

Resumo: Como você viu é um livro para meninas, que em cada capítulo traz as seguintes questões: "E agora?", "Que história é essa", "É a minha cara", " E Deus com isso" e "Agora é com você". É um livro para ajudar as garotas na fase de transformação de menina para mini-mulher.

Faixa etária: 9 anos ou mais.

Comentário: Esse livro é um livro tanto para quem está passando pela fase da puberdade quanto para quem vai passar. Para quem está passando tem ótimos conselhos, e para quem vai passar é um livro que vai te preparar para isso. A autora mostra que algumas meninas passam por isso mais cedo e outras mais tarde. E que nós, garotas, não precisamos nos preocupar em estarmos atrasadas ou adiantadas no crescimento. Nesse livro também há dicas de como escolher as roupas e coisas pessoais, e de como as organizar e usar. E não apenas isso, mas também, de fazer exercícios e de como se alimentar melhor (só não concordo com a recomendação dela para se comer carne vermelha). Uma das coisas que mais gostei foi dos quizz que tinham na categoria "É a minha cara".

Giovanna Borges

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Sempre precisa ganhar?

- Mãe, eu ganhei de novo no jogo - diz Felipe entrando em casa animado.

- Ai, que suado! Não senta aqui! - diz Juliana deitando no sofá.

- Parabéns! - diz a mãe. - Antes de um abraço de boas-vindas, vá tomar um banho. Juliana me dê um espacinho, quero sentar ao seu lado.

Quando Felipe saiu do banho, o pai o cumprimentou e os dois conversaram animados sobre as duas vezes seguidas em que o time de Felipe havia ganhado o jogo (naquele dia e no dia anterior).

- Amanhã tem jogo de novo e semana que vem também.

- É, filho, mas lembre-se: o importante não é ganhar; o importante é se divertir. Mas eu é que não quero perder!

Os dois começam a rir e Felipe diz que entendeu a parte séria, e os dois se despedem.

No outro dia, a mãe foi levar Felipe pro jogo e quando viu tantos pais que assistiam os filhos jogando, logo pensou: "Eu é que não vou deixar meu filho jogar sem assisti-lo."

Então, a mãe e Juliana se sentaram na arquibancada para assistir o irmão jogar. Juliana reclamou um pouco que não queria; preferia assistir vôlei feminino na televisão, mas acabou tendo que ficar. E até que começou a ficar legal: 1 a 0 pro time do Felipe. E a plateia se pôs de pé, ia ser um gol e tanto do Felipe, se a defesa não fosse tão boa. Mas o que é isso? Um gol contra! É do Flávio.

Quando volta a receber a bola, Flávio, com raiva, chuta-a na direção certa e faz o gol: 2 a 1 pro time do Felipe. Como a tranquilidade do time do Felipe era grande, se descuidaram e o time adversário fez mais um gol. A torcida adversária foi à loucura e Felipe ficou arrasado. Com o empate os times ficaram bem atentos, mas a bola é "danada", não deu pra fazer de novo o gol e tanto do Felipe. O goleiro deles defendeu um chute a gol. Mas, em compensação, Felipe também defendeu um chute deles e a bola nem encostou na rede.

E o jogo foi para os pênaltis. Felipe foi escolhido para chutar, junto com mais três, e o primeiro chute era do time dele. Não teve gol. O time adversário chutou a bola e, se eu fosse narrar em câmera lenta, seria assim:

- Nããããoo, aa booolaa! - diz Felipe.

- Peeedriiinhooo!

Voltando à "câmera normal", a bola é "danada" mesmo; o time adversário venceu o jogo. Felipe saiu mais arrasado ainda.

- Preferia ter assistido vôlei feminino. Minha amiga ligou e disse que ganharam; devia ter torcido pro outro time - diz Juliana.

Mamãe olhou com um ar de repreensão para ela.

- Felipe, isso acontece, não podemos sempre ganhar, é como diz o velho ditado: o importante... - diz a mãe, mas é interrompida por Felipe:

- Eu sei, eu sei, mas eu não quero perder!

- Nem eu, mas acontece.

Juliana foi repreendida em casa e Felipe não conversou com ninguém. Nem vale a pena narrar o jogo da outra semana; foi ainda pior. Mas o consolo foi diferente:

- Felipe... Felipe, eu quero pedir desculpas por semana passada, e eu queria dizer uma coisa - diz Juliana, na porta do quarto do irmão.

- Entra, Ju.

- É... Eu acho que se você tivesse chance de ser um goleiro, isso não teria acontecido.

- Mas eu não gosto de ser goleiro.

- Ah, mas você também é um ótimo jogador de meio campo, e pra falar a verdade eu prefiro te assistir a assistir vôlei feminino.

- Sério? Por quê?

- É que eu acho que vocês persistem. Hoje o time de vôlei perdeu, e a representante do time não quis continuar, mas vocês não desistem mesmo quando perdem e pra mim é isso que vale. Por isso eu quero pedir desculpas, por ser tão chata.

- Tudo bem, e eu quero te agradecer porque se não fosse você eu não iria ao jogo de amanhã.

Eles saem do quarto e a mãe diz:

- Aprenderam a lição? O importante não é ganhar, é se divertir.

- Mas eu não quero perder. Rê, rê, rê - diz Felipe baixinho para Juliana e os dois começam a dar risada.

Giovanna Borges

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Tênis de marca

- Acorda, Carlos. Hoje a gente vai ao shopping.

- Sério? Que "ótimo"... - diz Carlos colocando o travesseiro no rosto.

- Eu vou ter que insistir - diz ela puxando as cobertas e indo para a mesa da cozinha.

Carlos então acorda e se apronta. Depois de todos estarem prontos, foram ao shopping. Lúcia (que é a irmã de Carlos) era muito ligada às modas, então, estava sempre gastando. Mas Carlos escolhia as melhores coisas e de maior preço, por isso, não ia sempre gastando, mas economizando. Lúcia queria as coisas dela rapidamente antes que saíssem de moda, então, comprava do mais barato, mas quase todo dia comprava alguma coisa nova e sua mesada ia se acabando.

- Adorei essa sandália azul! - diz Lúcia toda animada.

- Eu gostei daquele tênis da marca que eu queria e estava procurando há um tempão - diz Tiago.

Lúcia pediu para a mãe que comprasse a sandália, mas a mãe disse que ela comprava as coisas dela e Lúcia comprava as suas, com a sua mesada. Como a sandália era barata, ela comprou. Carlos escolheu os tênis de marca, então, com paciência teve que juntar a mesada, pois o calçado era mais caro.

Passando alguns dias, Carlos já estava com o dinheiro, agora era só esperar o dia seguinte,pois iriam ao shopping para comprar o tênis.

No fim da aula Carlos se encontra com Lúcia. Foi um encontro de empolgação.

- Carlos, estou ansiosíssima para contar para a mamãe do passeio ao zoológico que vai ter. Eu tenho certeza que ela vai me deixar ir. E quando mamãe souber que vai dar até pra comprar aquela camiseta linda e maravilhosa, verde com dourado, aaaaiiii! E vai dar pra dar comida para o Bambi, e na viagem talvez tenha televisão e...

- Tá, tá, já entendi, vai ser legal. Mas amanhã eu vou comprar um tênis novo - diz Carlos também empolgado.

Chegando em casa, Lúcia ficou decepcionada. A mãe da menina disse que Lúcia tinha que pagar com o próprio dinheiro, porque sua mamãe estava economizando para comprar um sofá novo. Como ela só tinha agora 10 reais para gastar, não dava para o passeio.

Carlos estava muito feliz. Finalmente a espera iria acabar.

- Acorda, Lúcia!

- Não, eu não vou junto!

- Lúcia, quem vai ficar com você? - pergunta Carlos puxando as cobertas de Lúcia.

Lúcia levanta e pega o folheto do passeio. Ela come olhando o papel. Vai para o carro olhando mais um pouco.

No shopping, Carlos para e olha para um par de tênis, os mesmos tênis, o que ele queria, mas com uma diferença: eram de outra marca. Tiago olha para os tênis, para o folheto que Lúcia ainda segurava e diz para a mãe:

- Eu quero este.

A mãe olha com uma cara de surpresa para ele. Mas ele pega o folheto e Lúcia apenas olha para o chão. Ele mostra para a mãe e diz:

- Acho que a felicidade da minha irmã é mais importante do que um tênis de marca. Com o dinheiro que eu tenho, eu pago os tênis e o passeio da Lúcia.

Lúcia pula e ri de alegria, dá um abraço no irmão e diz:

- Obrigada.

Giovanna Borges

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Início de aula

Olá leitor teen, eu vou lhe apresentar dois adolescentes: Júlia, de 13 anos e Tiago de 15. Os dois são irmãos e vão viver grandes aventuras nas tirinhas que serão apresentadas quinzenalmente aqui no blog. Hoje contarei uma história dessa dupla para você. Eles estão voltando à antiga rotina: acordar cedo - de novo - e ir a pé para a escola.

- É tão ruim ir a pé pra escola a essa hora, né? Está ffffffffrrrrio - queixa-se Júlia esfregando as mãos no braço.

- É, isso foi uma das coisas que eu escrevi na minha redação.

- Que redação, Tiago?

Júlia não obtém a resposta, apenas vê o irmão correndo para dentro da casa.

- Esquecido! - diz ela.
- Essa redação é uma que tínhamos que escrever sobre as férias - diz Tiago, guardando a mochila.

- Nossa! Sua professora é bem exigente. Já pediu tarefa!

- É - diz Tiago levantando a redação para cima.

De repente, soprou um vento forte. Júlia cobriu o rosto e deu um grito. E Tiago falou:

- Minha redação voou! Você viu pra onde foi?

Júlia ajuda Tiago a procurar. Mas, de repente avista outra coisa que lhe chama a atenção:

- Olha que fofinho o cachorrinho do carro do pet shop!

- Minha redação está lá!

- Xi, já era...

Tiago saiu correndo e atravessou a rua para pegar a redação.

- Alô? Tiago, está maluco? Tem um guarda ali.

- Não! Eu preciso da minha redação. E pra que falar de celular se eu estou apenas do outro lado da rua?

- Desculpa, é que ele é novo - diz Júlia mostrando de longe o celular para o irmão.

- Ei, ei, rapaz, o que está fazendo? - diz o guarda, vendo Tiago com o braço já dentro do carro. Júlia coloca a mão na cabeça e corre atrás do irmão.

- É a minha redação que ca...

- Não inventa história - interrompe o guarda -, esse cachorro aí custa bastante dinheiro, hein!

- Não, senhor, é que...

- Eu vou chamar a polícia, eu vi. Pensa que não vi você tentando pegar o cãozinho?

A essas alturas Júlia não sabia o que fazer, defendia o irmão, ficava quieta ou gritava, que era o que ela estava quase fazendo. Tiago mantinha a calma e tentava convencer o guarda da verdade.

- Mas... Eu... Não posso esperar o dono e...

- Chega! Vão embora antes que eu chame mesmo a polícia!

Tiago e Júlia saíram e então discutiram o que Tiago iria fazer. Tiago decidiu falar a verdade, mesmo que a professora não acreditasse.

Chegando à escola, Julia desejou boa sorte e foi para sua classe. Tiago foi explicar:

- Professora, a redação... aconteceu uma coisa. Eu a estava segurando quando soprou um vento e a levou para um carro de pet shop; eu tentei pegar, mas um guarda me expulsou.

Um colega, se aproveitando da situação, mentiu dizendo:

- É, professora, a nossa redação voou. Durante as férias, escrevemos ideias e no final juntamos, e daí, ele ficou encarregado de entregar. E agora?

- É verdade, Tiago? É verdade, Fábio?

- Ahhh, é... bem... - diz Tiago, não querendo mentir nem magoar o amigo.

- Ô, tia, vai dizer que você acredita na história da redação que voou e do pet shop, blá, blá, blá, e não acredita que a gente fez redação juntos?

- É, tudo bem, então vocês ficarão fazendo a redação no intervalo e vai valer 10, se me entregarem hoje.

Depois que a professora saiu, Tiago disse:

- Ô, cara, o que você fez? Não foi muito bom. Mentir, não é bom.

- Pô, uma mentirinha só.

- Uma mentira le...

- Tá, tá, tá, tá bom, eu sei, eu não tava muito a fim de ficar sem intervalo mesmo.

No início do intervalo:

- Aqui, Tiago, o dono do pet shop entregou a sua redação - disse a professora com a folha de papel na mão.

- Ah... Sobre a redação - diz Fábio meio sem jeito.

- Eu sei, a redação não é sua, e como castigo pela mentira vai ficar sem o restante do intervalo fazendo a redação, mas não valerá 10.

"Bip."

- Ah, é uma mensagem - diz Tiago pegando o celular. Adivinha de quem é a mensagem? De Júlia, e ela perguntava: "Como foi?"

Tiago respondeu: "Valeu a pena falar a verdade. O dono do pet shop veio e devolveu a redação, já o meu amigo que mentiu, falando que a redação era nossa, teve que fazer uma no intervalo, mas sem valer 10."

"Ó, sim" - prosseguiu Júlia -, "a professora acredita em quem é honesto, e ela sabe quem fala a verdade e entrega as tarefas no prazo, o Fábio quase nunca entrega."

"É, e agora fica de lição para nós e para o Fábio. Além disso, ela também acredita em quem não chega atrasado do intervalo", ele escreveu e se despediu: "Tchau!"

(Giovanna Borges; texto originalmente publicado no Blog Teen)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Minha primeira história publicada na NA


Clique na imagem para vê-la ampliada.

Não mexe, esse é meu brinquedo!

Havia uma menina chamada Nicole que tinha 7 anos. Todas as sextas-feiras era permitido levar brinquedos e jogos para a escola. E Nicole estava cheia de presentes que havia ganhado no Natal. E eram tantos, tinha uma boneca veterinária de 25 cm que ela tinha ganhado de sua avó paterna, Maria, tinha a boneca Ariel de 45 cm, que ganhou de sua prima, Letícia, que já era casada; tinha o gatinho que pulava e dançava que ganhou de sua outra avó, Caroline; havia uma boneca de 25 cm que era índia, que tinha ganhado de sua outra tia, Julia. Também uma loja de brinquedo de uma bonequinha de uns dez centímetros, que ganhou de sua outra tia Catarina, e por fim o presente de seus pais: uma boneca quase do tamanho da Nicole, de cabelos loiros, ondulados, com um vestido cor de rosa com enfeites lindos parecendo diamantes de verdade e sem falar no rosto, era mais do que lindo, parecia uma princesa de verdade. Com um monte de presentes e mais seus brinquedos antigos, ela tinha muito que levar para a escola.

Na primeira sexta-feira, mas que festa! Nicole nem sabia o que escolher, pediu todos os presentes e mamãe deixou que ela levasse o gatinho. Então lá foi ela com seu gatinho. Chegando lá viu que muitos haviam levado brinquedos: petecas, bonecas de pano bem simples, bolas de meia, jogos...

“Ah... isso, isso nem se compara ao meu brinquedo... mas, espere um pouco, se o meu brinquedo é o mais legal, todos vão querer brincar com ele... e... vai quebrar!” Pensou ela. Então antes que alguém a visse colocou em sua mochila. Hum... Mas alguém viu. Estela, e adorou o brinquedo. Na hora da recreação, Nicole esperou todos irem para fora da classe e ela ficou lá dentro, escondidinha brincando. Logo sentiu falta de amigos para brincar e foi com eles. Estela já havia espalhado a novidade: A Nicole tem um gatinho muito fofo. Então logo que ela veio, apesar de ser discretamente, todos disseram:

– Posso ver seu gato?!

Nicole arregalou os olhos, engoliu em seco, olhou pro gato, olhou pra todos, se abaixou e lentamente, foi engatinhando até um cantinho que ninguém ocupava, parou ali, e apertou o botão e o gato dançou, pulou e fez acrobacias elegantes. Era um total silêncio, todos com olhos só para o gato. Assim que o gato parou todos se aproximaram e começaram a mexer no gato até que ela disse:

– Chega! Não mexe, esse brinquedo é meu!

Na outra sexta-feira aconteceu o mesmo, mas com a boneca índia. Na outra ela levou a loja da bonequinha. Mas aconteceu algo diferente. Ninguém queria brincar com ela, ninguém ligava pra ela e nem queriam dividir os brinquedos com ela. Então ela percebeu que de nada adiantava ter brinquedos divertidos e mais bonitos, porque se você tem esses brinquedos e não tem com quem brincar que graça vai ter? Então daquele dia em diante Nicole dividia seus brinquedos.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Mulher

Mulher vitoriosa é aquela que batalha pelos outros e por ela.
É aquela que busca a vitória em Deus

Mulher amorosa é aquela que distribui seu amor para os outros.
É aquela que busca o amor em Deus.

Mulher forte é aquela que usa a força para o bem.
É aquela que busca a força em Deus.

Mulher feliz é aquela que ajuda os outros.
É aquela que busca felicidade em Deus.

Parabéns pelo seu dia, que você seja uma mulher vitoriosa, amorosa, forte e feliz.
Que Deus te abençoe por todas as suas boas ações.

Texto: Giovanna Borges

domingo, 23 de janeiro de 2011

Um presente de ano novo

Elisa de quatro anos acordou e viu mamãe Simone olhando para a barriga. Elisa não entendeu por que, ela não estava gorda nem magra e não parecia estar com dor de barriga. Então ela levantou da cama, se sentou ao lado da mãe e perguntou:

– Mamãe, por que você está olhando para a barriga?

A mãe deu um beijo nela e disse:

– Descobri que estou grávida!

– Que legal!

Elisa olhou para a barriga fez carinho e disse:

– Eu vou cuidar bem de você...

No dia seguinte, mamãe disse para Elisa:

– Elisa, eu e o papai vamos para o centro comprar roupas para o bebê, não vai demorar, porque não vamos ter muita opção, não sabemos o sexo do bebê, então vamos procurar roupinhas que sirvam para menina e menino, você quer ir junto?

– U-hum, Machi ainda não echitou ponta – disse Elisa de boca cheia.

– Então se arrume depressa, vista sua camisa bege e sua calça jeans branca.

– Ok!

Chegando lá mamãe entrou em uma loja chamada Baby Show e a vendedora Nicole disse:

– Bom dia, posso ajudar?

– Estamos procurando roupinhas de neném RN ou P que sirvam para menina e para menino.

A vendedora os levou para um lugar onde puderam sentar e disse para esperarem que ela iria trazer algumas roupinhas. Enquanto isso Elisa foi bisbilhotando as roupinhas de neném, pegou uma rosa com flores brancas na parte de cima e em baixo uma ursinha branca com roupas de havaiana e levou para a mãe:

– Olha mãe, que bonitinho esse macacão, compra, o neném vai ficar uma gracinha...

– Querida, e se for menino? Quando souber o sexo e se for menina eu compro, tá?

– Ah... Mas, até lá alguém já vai ter comprado...

– E se for menino o neném ele vai usar roupa de menina?

– Aí você dá para as minhas bonecas.

– Eu não vou gastar dinheiro com suas bonecas, por favor, Elisa, não dá.

Elisa abraçou o macacão foi devolver de cabeça baixa, mas então de repente ela sorriu voltou para a mãe e disse:

– Tira uma foto do macacão?

– Não trouxemos a câmera...

– Então dá pra ser de celular – disse papai tirando o celular do bolso.

Elisa foi pegando um monte de roupinhas e trazendo para o papai tirar fotos. Pegou uma azul com uma bicicleta vermelha, pegou uma branca com a Puka, pegou uma vermelha de capuz, pegou uma bege cheia de corações cor de rosa, uma lilás com uma borboleta azul, uma verde com uma pipa, uma azul com bolinhas marrons. Até que:

– Chega! Encheu o cartão de memória do celular!

– Desculpe... – disse Elisa sentando no colo do pai, pegando o celular e vendo as fotos que o pai havia tirado.

– Tudo bem eu posso descarregar.

Ela deu o celular para a mãe e abraçou o pai. A mãe sorriu e se juntou ao abraço.

– Agora você tem que arrumar a bagunça que fez com as roupinhas.

– Ok – disse Elisa descendo do colo do pai.

Então a vendedora chegou. Como mamãe havia dito, não teve muita opção.

Ela trazia alguns pacotes plásticos que dentro dava para ver macacões vermelhos, laranjas, amarelos, brancos... Essas cores que servem para menino e menina.

– Aqui eu tenho cinco macacões e uma camisetinha que servem pra menina e menino. Se você quiser na próxima semana vão chegar algumas roupinhas de neném novas e a maioria é P, eu poderia ver pra você se tem alguma roupinha que serve para menino e menina.

– Tudo bem, a minha filha achou um macacão aqui que é vermelho com capuz.

Elisa trouxe o macacão para a vendedora e ela disse:

– Esse aqui é G, mas eu trouxe igual RN.

– Eu vou levar este vermelho e essa camisetinha branca. Você tem meias de bebê?

– Tenho algumas, chegam novas semana que vem.

A moça os levou a um lugar onde tinha uma mesa cheia de meias e do lado uma parede onde estavam penduradas mais meias um pouco maiores que as da mesa.

Elisa foi mexendo nas meias, junto com a mãe.

– Olha essa meia cor de rosa com uma flor lilás!

– O espaço de fotos acabou, e essa meia é de menina, e se for menino?

– Eu disse que era bonita não pedi para você levar.

A mãe deu um sorrisinho sem abrir a boca e apertou a bochecha da filha.

Simone escolheu três meias. Na fila do caixa estava olhando para os kits de berço e como estava quase chegando a sua vez, uma moça do caixa disse:

– Quer dar uma olhadinha nos kits de berço?

– Semana que vem eu volto.

Elisa disse em seu pensamento: “Êêê!” E deu um sorrisinho. Ela gostava de ver roupas de nenéns e queria muito ter uma irmãzinha, agora ela queria aproveitar bem essa oportunidade, porque a mãe tinha dito que não iria ter outro bebê.

Voltaram para a casa e Elisa disse:

– Você não vai comprar o carrinho o berço o...?

– Não estou nem de um mês, acho que estou sendo apressada em comprar as roupinhas, ainda temos nove meses.

– Mas, talvez nasça de sete meses!

– Você nasceu no dia que completava nove meses, então ele vai demorar em média oito meses para nascer e mesmo que por sete meses, é bastante tempo.

– Tá, mas...

Mamãe colocou o dedinho na boca dela dizendo “xxxxiiiii”. Lhe deu um abraço e disse:

– Vai dar tempo, não esquenta a cabeça.

Passaram quatro meses e Elisa acordou com papai fazendo carinho na barriga da mãe e dizendo:

– Cadê o meu bebê lindo, lindo? Está aqui dentro esperando para nascer.

Ela sorriu, chutou a coberta e sentou na ponta da cama olhando para a barriga da mamãe. O pai dela a pegou e a levantou, como se fosse jogá-la e a colocou no colo da mamãe.

– Bom dia! – disse Elisa abraçando a mãe.

– Bom dia. Hoje quero ter com você e o papai o dia da família, vamos fazer um piquenique, nadaremos na piscina, brincaremos de frisby... E no final da tarde descobriremos se é menina ou menino!

– Irruh! Querida Eliana ou Daniel! – exclamou Elisa colocando as duas mãos na barriga da mamãe.

– Eliana? Daniel? – perguntou papai.

– Por que não? São belos nomes – disse mamãe.

– Só algumas mudanças: Elina ou Gabriel.

– Ok! São belos nomes – disse Elisa.

Quando foram tomar o desjejum Elisa comeu uma bolacha e foi correndo para a cozinha.

– Elisa pra onde você vai? – perguntou mamãe

– Pegar as coisas do piquenique.

– Venha para a sala de jantar e coma alguma coisa.

– Já comi bolacha!

– Só isso! Você vai ficar com fome... – disse papai.

– Não vou, vou guardar minha fome para o piquenique que vai ser depois de arrumarmos a cesta do piquenique, escovarmos os dentes, trocarmos de roupa e eu e a mamãe arrumarmos o cabelo.

– O piquenique é à tarde, querida – disse mamãe, rindo.

Elisa se sentou à mesa com a cara desapontada.

Quando a tarde chegou se divertiram muito. Mas o que eles sentiam mais do que diversão era ansiedade para saber se era menino ou menina.

Então foram para a clínica onde seria feito o ultrassom.

Elisa ia andando e falando:

– Será que é a Elina ou o Gabriel?

Quando chamou o nome:

– Simone.

Elisa vibrou, estava muita ansiosa.

Eles entraram na sala e quando o médico começou a fazer o exame ela disse:

– Está aparecendo? Eu não estou vendo. Pai, por que é tudo preto e branco, é antigo?

– Xxxiiiii! – disse papai.

– Porque xiii, eu quero saber, é...

O medico disse:

– É menina.

– Iurruh!!! Minha querida Elina, yyyyyeess! – disse Elisa fazendo uma festa.

Os meses se passaram e o Natal chegou. A mãe estava com um barrigão de oito meses. Elisa estava desenhando um cartão para o neném e com a ajuda do papai tinha comprado um par de pantufinhas para a sua irmãzinha Elina. Quando chegou a hora dos presentes, todos faziam uma roda e cada um, do menor para o maior, pegava os presentes que tinha trazido para dar e davam para cada um. Começava pela Jéssica, sua prima de três anos. Ela pegava um presente e dava para a pessoa, pegava outro e dava para outra pessoa até dar para todo mundo na roda. Depois ia Elisa. Ela começou pelo papai que estava do lado da mamãe, para que ela fosse a ultima a receber o presente. Quando chegou à mamãe ela disse:

– Esse é para você e esse é para nossa querida Elina.

Mamãe deu um abraço bem forte nela e disse:

– Ela vai gostar muito, muito mesmo.

E deu um beijo nela.

O Natal passou e como tinha sido na casa dela a ceia, estava suja a casa, mas Elisa disse:

– Mamãe, não limpa nada, eu e o papai vamos limpar para você.

Elisa lavou a louça, papai varreu a casa, os dois passaram um pano úmido no chão, papai trocou os lençóis e Elisa preparou um suco para a mamãe. À noite foram assistir a um filme e mamãe começou a dizer:

– Ai, ai, está dando contração!

– Vou te levar para o hospital. Elisa pegue a malinha e coloque perto do carro.

– Ok! – disse Elisa saindo correndo.

Papai levou mamãe até o carro e colocou a malinha no porta-malas.

Elisa disse:

– E eu?!

– Entra no carro.

Elisa pulou para dentro do carro.

– Onde eu vou ficar?

– Na casa da sua vovó.

Papai deixou Elisa na casa da vovó e foi correndo para o hospital. O médico disse que não seria hoje que iria nascer, foi só um susto, mas era melhor ela ficar internada porque estava muito perto de nascer, talvez em menos de uma semana. Mamãe ficou lá no hospital, mas no dia 30 as dores vieram e muito fortes. O médico foi medir as contrações e disse que estavam muito fortes e que ela já estava com sete dedos de dilatação! Então a mamãe entrou em trabalho de parto e Elina nasceu às 9h40 da manhã com 47 cm e 2 kg e 780 gramas. Elisa ficou sabendo e deixaram-na entrar para ver o bebê. Ela, a vovó e o vovô. Foram até a maternidade e Elisa disse:

– Que linda! Aquela câmera era bem antiga mesmo, fica tudo embaçado e preto e branco. Não sei como que descobriram que era menina?

– Rê, rê, rê. Venha, Elisa, sente-se aqui pra conhecer a sua irmãzinha.

– Sim minha irmãzinha, meu presente de ano novo.

Giovanna Borges

sábado, 22 de janeiro de 2011

Psita e eu

Tudo começou quando um dia vovó estava fazendo sua caminhada e estava subindo o pequeno morro da nossa rua. Ela encontrou uma calopsita cinza. Em nossa rua tem alguns gatos, então ela pegou a calopsita e levou para nossa casa. A Marcella e eu ficamos muito felizes porque víamos algumas pessoas que tinham calopsitas e as achávamos umas gracinhas. As calopsitas são aves. Não são passarinhos como o canário, o pardal ou o bem-te-vi. São psitacídeos como o papagaio, a arara, o periquito, a cacatua... são avezinhas dóceis, mansas, carinhosas, lindas e o maior resultado de ela estar feliz com o seu carinho demonstrado, é ela demonstrar amor por você e alegria com você.

Voltando, nós duas (eu e minha irmã Marcella) pegamos ela no ombro, no braço, fizemos uma festa com a chegada dela. Quando eu fui à escola, não parava de pensar nela. Quando voltei da escola perguntei pra minha vovó:

– Já acharam o dono da calopsita?

E ela respondeu:

– Não ela está lá na biblioteca em cima da barraquinha.

Você deve estar se perguntando: “Por que eu perguntei se já tinham achado o dono da calopsita”? É que nós estávamos perguntando para a vizinhança se alguém tinha perdido uma calopsita e por isso não tínhamos dado nome para ela, para não nos apegarmos a ela. Quando papai chegou gostou muito da calopsita porque ele queria algum psitacídeo e gosta muito de aves. Depois que eu troquei o uniforme fomos perguntar para mais vizinhos. Uma moça disse que o vizinho dos fundos da casa dela tinha uma calopsita fujona, mas desta vez ela não se lembrava de que ela tinha fugido. Já era tarde então voltamos pra casa pra procurar mais no dia seguinte. Peguei a calopsita e coloquei no meu ombro e então eu, a Ma e o papai entramos no carro e fomos procurar o dono da calopsita. Encontramos alguém que disse que tinha perdido uma calopsita cinza e que o filho dele havia chorado muito. Disse que era macho e que se chamava Quiquinho. Minha irmã e eu ficamos tristes, mas pensávamos que aquele era o dono da calopsita e que lá ela estaria contente. Nós voltamos para a casa e depois de alguns minutos ouvimos alguém bater no portão. Minha irmã e meu pai foram atender e sabe quem era? Era aquele homem que tinha ficado com a calopsita. Ele disse:

– Eu vi as fotos da nossa calopsita no computador e percebi que não era esta.

Minha irmãzinha subiu a escada correndo e dizendo:

– A calopsita voltou!

Eu levantei da cadeira do computador e fiquei muito feliz. Fomos à agropecuária. Lá compramos alpiste e a gaiola dela e também o homem de lá cortou a ponta da asa dela para que ela não voasse muito alto e fugisse. Sexta à noite ficamos pensando em um nome para ela. Bibi, Quiquinha, Maila, Priscila... E de Priscila meu pai teve a ideia de Psita e foi esse o nome que ficou. No dia seguinte quando fomos à igreja eu contei para algumas crianças sobre a Psita. A Letícia, a Maísa e o Marcos foram para a minha casa e pegaram Psita e ela deixou sua marca no Marcos (fez cocô).

Naquela tarde nos divertimos, não só com ela, também com outras coisas. Outro dia nós estávamos passeando para encontrar uma árvore seca para a Psita e o papai encontrou um monte de arvores secas, disse para que eu e minha irmãzinha nos afastássemos porque ele iria retirar uma daquelas árvores secas e podia ter algum bicho. Aquela árvore era para a Psita se divertir roendo a casquinha da madeira e ir escalando seus galhos secos.

Nós tínhamos umas vizinhas na rua de trás e uma delas, a Lorraine, tinha duas calopsitas e parecia que a Psita e elas conversavam com os gritos tão altos que elas davam.

Ouvíamos às vezes umas risadinhas engraçadas, mas não sabíamos de quem eram, até que descobrimos que era da Psita, quando ela estava feliz fazia um showzinho de dança e cantoria. Ela dançava batendo o bico no espelho, na parede, no chão, fazia as risadas, assoviava e como diz a minha mãe, fazia bem alto “Vi!Vi!Vi!Vi!Vi!”

Divertíamo-nos muito com a Psita, ela andava pelo chão roendo tudo, fazia um som esquisito tipo “nheu, nheu, nheu, nheu” ou “nho, nho,nho,nho,nho” e também aquele som de touro bufando. Às vezes a colocávamos dentro da mochila e ela ficava toda contente, mas quando colocávamos o rosto dentro da mochila ela nos bicava e fazia aquele som de touro bufando.


A Lorraine iria viajar e deixou suas calopsitas conosco e a Psita se apaixonou por um dos machinhos chamado Petrúquio. Os três se divertiam na nossa casa, principalmente na árvore seca e no varal.


A Psita se divertia com outras calopsitas, mas nem todas, e com as que ela não se dava muito bem parecia que brigavam. Alguns diziam que a Psita era brava, mas eu nunca achei isso, tem calopsitas mais bravas que ela e ela não era brava eu posso afirmar. Quer que eu prove que ela não era brava? Tá bom! Ela sabia a diferença de pele e de coisas de roer, eu sei porque ela nos bicava fraquinho, fazia um pouquinho de cócegas, mas não doía e também porque um dia ela estava roendo o controle remoto e sem querer eu coloquei o meu dedo, e como ela não viu pensou que era o controle e bicou com força. Então eu sei que ela pode partir um grão de milho cru no meio e fazer cócegas na gente.

Outro dia meu priminho Eliel veio à minha casa e construiu uma casinha de bloquinhos de madeira e de repente a “demolidora” chegou e “pof”, a casinha caiu porque a Psita deu uma cabeçada na casinha.


Um dia fomos para uma montanha e os moradores de lá gostaram muito dela e uma das crianças queria pegar quase toda hora. Pena que ela tinha que ficar na gaiola, mas era porque eles tinham cinco cachorros bem gordos, da raça São Bernardo.


Todo ano nós íamos para o UNASP e em 2009 (porque foi o ano em que achamos a Psita) levamos a Psita e ela virou amiguinha de uma calopsita que tinha lá, o nome da calopsita era Peres e uma vez o Peres ficou lá no nosso quarto e na mesma gaiola que a Psita, a Psita ficou em cima do potinho de água e o Peres no chão da gaiola.



Quase todos gostavam muito da Psita, alguns não gostavam muito da Psita e eu irei dar um exemplo de uma pessoa. Quando eu levei a Psita na escola, outras crianças também tinham levado calopsitas. No recreio levamos as calopsitas para a sala do quinto ano, mas a Psita bicou outra calopsita e a dona dela ficou brava com a Psita então eu a tirei de lá. Como você viu a Psita não se dava bem com todas as calopsitas, mas com todas as pessoas sim.

A Psita gostava mais da mamãe e do papai, mas depois que eu aprendi a cuidar de calopsitas ela gostou mais de mim e do papai. Eu a amava demais, era a minha melhor amiga e ela me amava, demonstrava isso com a cabeça, com os pés, com as asas...

Uma coisa muito engraçada que ela fazia era assim: quando nós íamos tomar banho, às vezes a gente deixava uma frestinha no box, ela entrava por essa frestinha e tomava banho com a gente. Ela abria as asinhas e esfregava no nosso braço molhado, e saia toda molhada. Então eu ficava embaixo do cobertor e a colocava no meu peito e ela se aquecia também embaixo do cobertor.

Se eu for contar toda a vida da Psita vai dar mais do que um livro de mais ou menos 400 páginas, mas eu não me lembro disso tudo. Então temos que ir ao triste final.

Um dia que parecia normal, eu estava fazendo as tarefas da escola, a Psita andando pelo chão e a mamãe e a Marcella não sei o que estavam fazendo. Eu tinha deixado a borracha maldita na minha mochila e eu estava à mesa. Levantei da cadeira para pegar a borracha e... snif... snif... snif... eu... pisei... nela, na Psita. No dia 25 de maio ela morreu. Eu gritei e chorei, não podia aceitar, ela me amava tanto e eu amava tanto ela, quando de repente tudo acabou, foi um choque! Eu tinha me apegado tanto, tanto a ela. Nada podia me consolar. Todos choraram mamãe, Marcella, eu e até o papai. Fomos enterrá-la à tarde e eu joguei semente da flor de crotalária na sepultura que o pai cavou, mas infelizmente não nasceu. Estas são palavras que eu quero dizer para ela quando chegar ao céu:

“Psita eu te amo muito. Quando você morreu, eu nunca me esqueci de você e esperava por este dia, em que nós nos encontraríamos de novo. Eu derramei muitas lagrimas por você, não só no dia de sua morte, mas depois também. Como eu não podia acreditar que você tinha morrido eu imaginava que quando voltasse da escola ou do conservatório você estivesse lá em casa piando. Eu sonhei a noite com você, varias vezes, que você tinha voltado para mim. Como gostaria que meus sonhos fossem realidade. Mas não é realidade e vale a pena ser fiel a Deus, porque agora eu tenho você de volta e o céu!”


Leia também: "As lições que a Psita nos ensinou"

O Que Ele Viu na Grécia

Li um livro chamado O Que Ele Viu na Grécia e recomendo. Ele conta a história de um cego chamado Daxos que morava na Grécia. Eles acreditam que Daxos nasceu cego porque os deuses o amaldiçoaram e por isso ele sofre de discriminação. Daxos não tem mãe porque ela morreu no parto dele, então o pai lhe dedica muito carinho, tentando suprir a ausência dela. Daxos é apaixonado por uma moça chamada Heleia e tenta pedir ela em namoro, mas antes dele pedir, ela contou sobre a amiga dela que conheceu um homem que falou para ela sobre um Deus diferente de todos os deuses que eles conheciam, um Deus de amor, que nunca fica bravo. Esse livro foi meu pai que escreveu. Faz parte da coleção que eu falei na resenha do livro Tesouro no Egito.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Um Natal especial

Marina acordou pensando: “Estou atrasada, preciso ir logo tomar o desjejum, se não vou chegar mais atrasada ainda, na escola.” Mas, logo viu os enfeites de natal em seu quarto e se lembrou que estava de férias. Levantou da cama, escovou os dentes, desceu as escadas, pegou uma banana e foi tomar o desjejum. Depois subiu as escadas escovou os dentes, outra vez, penteou seus cabelos lisos, castanhos que chegavam à altura do queixo, foi para o quarto e vestiu sua camiseta azul de flores e a calça rosa, com o símbolo do rostinho de uma criança sorrindo no lado esquerdo; embaixo do rostinho estava escrito “criança feliz”. Marina olhou para o símbolo e se lembrou da história daquela calça. Quando sua mãe trabalhava no orfanato criança feliz, as crianças deram para ela aquela calça, que uma delas (que tinha 12 anos) pediu uma calça para sua amiga de nove anos e ela deu uma calça dela cor de rosa. Então a menina de 12 anos pediu para uma das professoras lhe dar uma bonequinha de pano do símbolo do orfanato. Quando a professora lhe deu a bonequinha ela costurou na calça e bordou embaixo da bonequinha “criança feliz”. Depois ela entregou para a mãe de Marina embrulhadinha com papel prateado. Quando Marina abriu, viu um papelzinho e leu:

“Querida Marina, muito obrigada pelo amor dedicado a cada dia que você vem aqui. Queremos te dar uma simples lembrançinha para poder demonstrar que te amamos. Não só por isso, mas também porque você merece. Não é muito, mas é o que podemos fazer. Nós te amamos muuuito. Com amor e carinho: Orfanato Criança feliz.

Escrito por: Célly Oliveira de Souza.”

Marina começou a pensar: “Eles foram tão bondosos, tiveram tanta solidariedade comigo e eu nem fiz nada para eles.”

Ela desceu as escadas, se jogou no sofá da sala e ficou pensando no que dar para eles:

“Eu posso costurar um suéter para cada um... Mas não dá, se para costurar um, eu já levo dias, imagine 20 suéteres. Posso dar uma de minhas calças... não dá, primeiro, iria dar briga para ver quem iria ficar com a calça, segundo eu não sei o tamanho de roupa que cada um deles usa... terceiro eu só tenho nove calças não 20. Podia pedir para mamãe fazer um bolo... não dá, ela já está desde a manhã fazendo muitos pratos especiais para a ceia de Natal, porque titio Carlos, titia Pâmela, titio Sérgio, titia Camila, primos Mateus e Carlos Junior, primas Bianca, Isabela, Isabeli e Carla, vô Mario, vó Suzi, vô Cláudio,vó Simoni, meu irmão Lucas e a esposa dele Emilia vão vir pra cá e alem deles tem eu, o meu pai Flavio, meu irmãozinho de dois anos Fabrício e ela mesma (minha mãe Sara) e também as crianças devem ter bolo para o Natal.

Marina se ajoelhou e orou:

– Querido Deus, obrigada por mais um Natal que Tu estás nos dando. Que seja um bom Natal cheio de alegrias. Obrigada pela amizade que eu tenho com aquelas crianças que foram tão bondosas comigo e eu gostaria de encontrar alguma coisa para dar para aquelas crianças. Amém.

Ela abriu os olhos e viu a árvore de Natal e embaixo dela muitos presentes, então ela disse:

– Eu tenho tantos presentes... Tantos brinquedos... Brinquedos?!... Brinquedos!

Ela correu para o quarto pegou uma caixa e começou a separar os brinquedos que ela não usava mais. Iria dar para as crianças de lá.

No finzinho da tarde, às 6h30 ela contou para a mãe o que ela tinha feito e pediu para que a levasse para o orfanato Criança Feliz. Chegando lá, Marina foi correndo com a caixa nos braços passando da cabeça. Ela entregou para a mãe quando uma das professoras chegou:

– Olá, Sara, quanto tempo, feliz Natal!

–Olá, Liliam, faz tempo mesmo que nós não nos vemos, feliz Natal para você também.

– Como sua filha cresceu! Tinha sete anos quando a vimos da última vez, ficou mais bonita de cabelo curto.

– Obrigada e você está mais bonita sem óculos - Disse Marina com as bochechas rosadas.

– Obrigada, eu também achei.

– Minha filha disse que vestiu a calça do orfanato, que é a que ela está usando agora.

Marina largou a caixa um pouco para que Liliam pudesse ver o símbolo “criança feliz”. E disse que lembrou da história daquela calça e ficou com vontade de ajudar e com a ajuda de Deus decidiu que iria doar seus brinquedos que não usava mais.

– Muito obrigada, Marina! As crianças vão ficar super felizes, isso é um belo presente de Natal e tem um embrulho lindo. Laço azul brilhante e caixa vermelha, deve ter brinquedos legais aqui dentro.

– Por nada, e eu posso pedir um favor para você?

– Claro!

– Você pode entregar essa cartinha para a Célly ler para as crianças?

– Com certeza.

Marina voltou feliz para a casa e teve um Natal muito especial. E lá no orfanato as crianças se divertiam com os novos brinquedos e Célly leu a cartinha:

“Querido orfanato Criança Feliz, feliz Natal! E mais pra frente feliz ano novo. Mas eu espero poder vê-los no ano novo. Amo muito vocês: Eliza, Emily, Marcos, Lucas, Diana, Laura, Gabriel, João, Jônatas, Alícia, Alice, Eduardo, Mônica, Heber, Julio, Julia, Suzana, Pedro, Leonardo e Célly. Obrigada pela calça, mas, mais do que a calça, a amizade de vocês. Muuito obrigada, eu amo muuuito vocês.

Assinado: Marina Pereira Carvalho.”

Giovanna Borges