Elisa de quatro anos acordou e viu mamãe Simone olhando para a barriga. Elisa não entendeu por que, ela não estava gorda nem magra e não parecia estar com dor de barriga. Então ela levantou da cama, se sentou ao lado da mãe e perguntou:
– Mamãe, por que você está olhando para a barriga?
A mãe deu um beijo nela e disse:
– Descobri que estou grávida!
– Que legal!
Elisa olhou para a barriga fez carinho e disse:
– Eu vou cuidar bem de você...
No dia seguinte, mamãe disse para Elisa:
– Elisa, eu e o papai vamos para o centro comprar roupas para o bebê, não vai demorar, porque não vamos ter muita opção, não sabemos o sexo do bebê, então vamos procurar roupinhas que sirvam para menina e menino, você quer ir junto?
– U-hum, Machi ainda não echitou ponta – disse Elisa de boca cheia.
– Então se arrume depressa, vista sua camisa bege e sua calça jeans branca.
– Ok!
Chegando lá mamãe entrou em uma loja chamada Baby Show e a vendedora Nicole disse:
– Bom dia, posso ajudar?
– Estamos procurando roupinhas de neném RN ou P que sirvam para menina e para menino.
A vendedora os levou para um lugar onde puderam sentar e disse para esperarem que ela iria trazer algumas roupinhas. Enquanto isso Elisa foi bisbilhotando as roupinhas de neném, pegou uma rosa com flores brancas na parte de cima e em baixo uma ursinha branca com roupas de havaiana e levou para a mãe:
– Olha mãe, que bonitinho esse macacão, compra, o neném vai ficar uma gracinha...
– Querida, e se for menino? Quando souber o sexo e se for menina eu compro, tá?
– Ah... Mas, até lá alguém já vai ter comprado...
– E se for menino o neném ele vai usar roupa de menina?
– Aí você dá para as minhas bonecas.
– Eu não vou gastar dinheiro com suas bonecas, por favor, Elisa, não dá.
Elisa abraçou o macacão foi devolver de cabeça baixa, mas então de repente ela sorriu voltou para a mãe e disse:
– Tira uma foto do macacão?
– Não trouxemos a câmera...
– Então dá pra ser de celular – disse papai tirando o celular do bolso.
Elisa foi pegando um monte de roupinhas e trazendo para o papai tirar fotos. Pegou uma azul com uma bicicleta vermelha, pegou uma branca com a Puka, pegou uma vermelha de capuz, pegou uma bege cheia de corações cor de rosa, uma lilás com uma borboleta azul, uma verde com uma pipa, uma azul com bolinhas marrons. Até que:
– Chega! Encheu o cartão de memória do celular!
– Desculpe... – disse Elisa sentando no colo do pai, pegando o celular e vendo as fotos que o pai havia tirado.
– Tudo bem eu posso descarregar.
Ela deu o celular para a mãe e abraçou o pai. A mãe sorriu e se juntou ao abraço.
– Agora você tem que arrumar a bagunça que fez com as roupinhas.
– Ok – disse Elisa descendo do colo do pai.
Então a vendedora chegou. Como mamãe havia dito, não teve muita opção.
Ela trazia alguns pacotes plásticos que dentro dava para ver macacões vermelhos, laranjas, amarelos, brancos... Essas cores que servem para menino e menina.
– Aqui eu tenho cinco macacões e uma camisetinha que servem pra menina e menino. Se você quiser na próxima semana vão chegar algumas roupinhas de neném novas e a maioria é P, eu poderia ver pra você se tem alguma roupinha que serve para menino e menina.
– Tudo bem, a minha filha achou um macacão aqui que é vermelho com capuz.
Elisa trouxe o macacão para a vendedora e ela disse:
– Esse aqui é G, mas eu trouxe igual RN.
– Eu vou levar este vermelho e essa camisetinha branca. Você tem meias de bebê?
– Tenho algumas, chegam novas semana que vem.
A moça os levou a um lugar onde tinha uma mesa cheia de meias e do lado uma parede onde estavam penduradas mais meias um pouco maiores que as da mesa.
Elisa foi mexendo nas meias, junto com a mãe.
– Olha essa meia cor de rosa com uma flor lilás!
– O espaço de fotos acabou, e essa meia é de menina, e se for menino?
– Eu disse que era bonita não pedi para você levar.
A mãe deu um sorrisinho sem abrir a boca e apertou a bochecha da filha.
Simone escolheu três meias. Na fila do caixa estava olhando para os kits de berço e como estava quase chegando a sua vez, uma moça do caixa disse:
– Quer dar uma olhadinha nos kits de berço?
– Semana que vem eu volto.
Elisa disse em seu pensamento: “Êêê!” E deu um sorrisinho. Ela gostava de ver roupas de nenéns e queria muito ter uma irmãzinha, agora ela queria aproveitar bem essa oportunidade, porque a mãe tinha dito que não iria ter outro bebê.
Voltaram para a casa e Elisa disse:
– Você não vai comprar o carrinho o berço o...?
– Não estou nem de um mês, acho que estou sendo apressada em comprar as roupinhas, ainda temos nove meses.
– Mas, talvez nasça de sete meses!
– Você nasceu no dia que completava nove meses, então ele vai demorar em média oito meses para nascer e mesmo que por sete meses, é bastante tempo.
– Tá, mas...
Mamãe colocou o dedinho na boca dela dizendo “xxxxiiiii”. Lhe deu um abraço e disse:
– Vai dar tempo, não esquenta a cabeça.
Passaram quatro meses e Elisa acordou com papai fazendo carinho na barriga da mãe e dizendo:
– Cadê o meu bebê lindo, lindo? Está aqui dentro esperando para nascer.
Ela sorriu, chutou a coberta e sentou na ponta da cama olhando para a barriga da mamãe. O pai dela a pegou e a levantou, como se fosse jogá-la e a colocou no colo da mamãe.
– Bom dia! – disse Elisa abraçando a mãe.
– Bom dia. Hoje quero ter com você e o papai o dia da família, vamos fazer um piquenique, nadaremos na piscina, brincaremos de frisby... E no final da tarde descobriremos se é menina ou menino!
– Irruh! Querida Eliana ou Daniel! – exclamou Elisa colocando as duas mãos na barriga da mamãe.
– Eliana? Daniel? – perguntou papai.
– Por que não? São belos nomes – disse mamãe.
– Só algumas mudanças: Elina ou Gabriel.
– Ok! São belos nomes – disse Elisa.
Quando foram tomar o desjejum Elisa comeu uma bolacha e foi correndo para a cozinha.
– Elisa pra onde você vai? – perguntou mamãe
– Pegar as coisas do piquenique.
– Venha para a sala de jantar e coma alguma coisa.
– Já comi bolacha!
– Só isso! Você vai ficar com fome... – disse papai.
– Não vou, vou guardar minha fome para o piquenique que vai ser depois de arrumarmos a cesta do piquenique, escovarmos os dentes, trocarmos de roupa e eu e a mamãe arrumarmos o cabelo.
– O piquenique é à tarde, querida – disse mamãe, rindo.
Elisa se sentou à mesa com a cara desapontada.
Quando a tarde chegou se divertiram muito. Mas o que eles sentiam mais do que diversão era ansiedade para saber se era menino ou menina.
Então foram para a clínica onde seria feito o ultrassom.
Elisa ia andando e falando:
– Será que é a Elina ou o Gabriel?
Quando chamou o nome:
– Simone.
Elisa vibrou, estava muita ansiosa.
Eles entraram na sala e quando o médico começou a fazer o exame ela disse:
– Está aparecendo? Eu não estou vendo. Pai, por que é tudo preto e branco, é antigo?
– Xxxiiiii! – disse papai.
– Porque xiii, eu quero saber, é...
O medico disse:
– É menina.
– Iurruh!!! Minha querida Elina, yyyyyeess! – disse Elisa fazendo uma festa.
Os meses se passaram e o Natal chegou. A mãe estava com um barrigão de oito meses. Elisa estava desenhando um cartão para o neném e com a ajuda do papai tinha comprado um par de pantufinhas para a sua irmãzinha Elina. Quando chegou a hora dos presentes, todos faziam uma roda e cada um, do menor para o maior, pegava os presentes que tinha trazido para dar e davam para cada um. Começava pela Jéssica, sua prima de três anos. Ela pegava um presente e dava para a pessoa, pegava outro e dava para outra pessoa até dar para todo mundo na roda. Depois ia Elisa. Ela começou pelo papai que estava do lado da mamãe, para que ela fosse a ultima a receber o presente. Quando chegou à mamãe ela disse:
– Esse é para você e esse é para nossa querida Elina.
Mamãe deu um abraço bem forte nela e disse:
– Ela vai gostar muito, muito mesmo.
E deu um beijo nela.
O Natal passou e como tinha sido na casa dela a ceia, estava suja a casa, mas Elisa disse:
– Mamãe, não limpa nada, eu e o papai vamos limpar para você.
Elisa lavou a louça, papai varreu a casa, os dois passaram um pano úmido no chão, papai trocou os lençóis e Elisa preparou um suco para a mamãe. À noite foram assistir a um filme e mamãe começou a dizer:
– Ai, ai, está dando contração!
– Vou te levar para o hospital. Elisa pegue a malinha e coloque perto do carro.
– Ok! – disse Elisa saindo correndo.
Papai levou mamãe até o carro e colocou a malinha no porta-malas.
Elisa disse:
– E eu?!
– Entra no carro.
Elisa pulou para dentro do carro.
– Onde eu vou ficar?
– Na casa da sua vovó.
Papai deixou Elisa na casa da vovó e foi correndo para o hospital. O médico disse que não seria hoje que iria nascer, foi só um susto, mas era melhor ela ficar internada porque estava muito perto de nascer, talvez em menos de uma semana. Mamãe ficou lá no hospital, mas no dia 30 as dores vieram e muito fortes. O médico foi medir as contrações e disse que estavam muito fortes e que ela já estava com sete dedos de dilatação! Então a mamãe entrou em trabalho de parto e Elina nasceu às 9h40 da manhã com 47 cm e 2 kg e 780 gramas. Elisa ficou sabendo e deixaram-na entrar para ver o bebê. Ela, a vovó e o vovô. Foram até a maternidade e Elisa disse:
– Que linda! Aquela câmera era bem antiga mesmo, fica tudo embaçado e preto e branco. Não sei como que descobriram que era menina?
– Rê, rê, rê. Venha, Elisa, sente-se aqui pra conhecer a sua irmãzinha.
– Sim minha irmãzinha, meu presente de ano novo.
Giovanna Borges
6 comentários:
Amei a história da menina que ganhou uma irmãzinha.
Tenho dois netinhos que foram junto com a mãe e o pai para outra cidade e ficaram com a outra vovó no hotel, quando nasceu um bebê na família no início do ano passado. Agora está completando um ano.
Beijo para você, Gi.
Da
Celina
Q graça!
Que história mais linda
Bjs da bea
www.biaalini.blogspot.com
Linda história ontinue assim!!
Bjs da Bea
www.biaalini.blogspot.com
amei sua historia...continue colocando novas historias legais como essa. BARBARA DF
Legal a historia Gi! continue assim vc é capaz! Te amo
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