domingo, 24 de outubro de 2010

Um diário lido

Ana Paula era uma menina de nove anos que tinha uma irmã chamada Pâmela de 15 anos. A família delas morava em uma casa branca com grafiato e fachada de pedra que no bairro era conhecida como casa grande (por ser a maior casa da rua e do bairro). Ana Paula tinha cabelos lisos, até a cintura e castanhos, pele clara e olhos verdes. Pâmela tinha cabelos até o queixo, lisos e quase loiros, pele clara e olhos castanhos. Na escola Ana Paula aprendia que Deus não existe e que o mundo surgiu de uma explosão. Os pais dela ensinavam a mesma coisa. Ana Paula não gostava muito dessa teoria, ela pensava: “Eu não queria ter vindo do macaco, é esquisito e pra onde eu vou e o que eu faço aqui?”

Ela perguntava para os pais:

– Será que isso tudo é verdade, como um bicho pode virar uma pessoa? Com sua mente mudou tanto? Eu não consigo aceitar ou ao menos entender.

Um dia Ana Paula achou no quarto de Pâmela um caderninho que na capa estava escrito diário. Ela pensou se lia ou não e aí ela decidiu: “Vou ler só o primeiro parágrafo”, e começou:

– Querido Jesus, na escola está difícil, mas me ajude a estudar. Sebe, às vezes eu penso que vir do macaco é esquisito, eu prefiro ser criada por Deus. Me dê coragem porque esta difícil de falar do teu amor para os meus pais. Eu vejo que Ana Paula está confusa, e vou ajudá-la a entender que Tu és um Deus de muito amor, a criou e a ama muito e cuida dela com amor.

Ana Paula ficou curiosa, mas ao mesmo tempo com medo de perguntar para a irmã, porque normalmente irmãs não gostam que leiam o diário delas.

No dia seguinte Ana Paula pegou o diário da irmã e leu o outro parágrafo:

– Querido Jesus, obrigada por me ajudar, hoje consegui entender perfeitamente o que a professora Eliana explicou. Obrigada também por me lembrar onde está a minha caneta vermelha. A Angélica me deu uma Bíblia eu comecei a ler pelo Novo Testamento como ela aconselhou, a Bíblia está me dando todas as respostas, você é muito inteligente, inspirou todos esses homens para que escrevessem em uma linguagem que nós entendêssemos e satisfazemos nossas duvidas.

Ana Paula pediu para a mãe levar ela em uma livraria e lá ela comprou uma Bíblia. A mãe não achou muito bom e conversou com o pai sobre o assunto, o pai disse:

– Ah, deixa ela com o seu livro de contos de fadas.

Ana Paula começou a ler pelo Novo Testamento, como estava escrito no diário. Ela começou a fazer varias descobertas e quando acabou o ano, ela acabou de ler a Bíblia e foi falar com Pâmela:

– Pâmela eu li os dois primeiros parágrafos do seu diário e aí eu quis ler a Bíblia e li, acabei há pouco tempo, sabe eu gostaria de ter um diário e de conversar mais com você sobre Deus, pode ser?

Pâmela exclamou:

– É CLARO!

E assim as duas tinham um diário, conversaram sobre Deus e estavam falando sobre Deus para os pais.

Giovanna Borges

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

É só uma mentirinha...


A história de hoje conta de uma menina chamada Kiria. Ela tinha seis anos. Kiria tinha muitos irmãos: Kaila de dez anos, Kailane de oito anos, Karlos de sete anos, Klaudio de nove anos e os gêmeos Kaissa e Kaléu, de onze anos. Um domingo à tarde Kailane, Karlos e Kiria estavam brincando e Kiria estava com a roupa nova que iria usar para ir a uma festa de aniversário, só que para usar aquela roupa ela insistiu com a mãe dela até que a mãe disse:

– Ta bom, mas se você sujar você vai ficar de castigo.

Mas ela tinha esquecido ou ignorado o que a mãe disse, e foi brincar em qualquer lugar: no barro, na terra, na areia e aí ela estava brincando com os irmãos perto da cerca de arame farpado e do outro lado da cerca tinha uma poça de lama. De repente Paulo gritou:

– Kiria!

Eles estavam brincando de pega-pega e estava com o Paulo, Kiria estava correndo de costas e então tropeçou e caiu pro outro lado da cerca. Como o vestido era comprido (até a canela) ela não se machucou. Então Kailane disse:

– Você está bem?

E logo após ela exclamou:

– Kiria o seu vestido rasgou e está todo sujo!

– Ah não! Vou falar pra mamãe que a Gabriela veio aqui e me empurrou na lama – disse Kiria e respondeu Kailane:

– Mas nós aprendemos na escola que não se pode mentir!

Kiria voltou a dizer:

– É só uma mentirinha.

Mas Paulo falou:

– Uma mentira puxa a outra.

Disse Kiria:

– Essa não vai puxar.

– Se puxar eu e o Paulo contamos pra mamãe – ameaçou Kailane.

A sua mãe disse que estava tudo bem, mas que ia usar a mesada de Kiria pra pagar o vestido porque era alugado.

Outro dia Kiria estava com suas amigas na escola: Elaine e Sara estavam juntas e Sara estava com um saquinho com seis balas dentro. E Sara ia dividir com a família, mas Kiria queria aquele chiclete e ela tentava se segurar mas não conseguia e aí de repente Kiria ficou quieta e colocou a mão no bolso de Sara e suas mãozinhas pegaram um chiclete. Elaine viu, mas não disse nada. Depois que Sara saiu Elaine avisou:

– Kiria, a Sara vai perceber, ela estava com os chicletes contados.

Kiria solucionou:

– É só eu falar que eu não vi nada.

Elaine fez uma cara que aceitou só que não achou muito boa a história.

Outro dia Kaissa estava ajudando Kiria a fazer tarefa e Kaléu estava do lado. Kiria tinha levado um copo de suco. Kaléu saiu pra ir ao banheiro e Kiria foi pegar sua borracha e “splesh”, ela esticou a mão e esbarrou no copo de suco e caiu no livro do Kaléu.

Kaissa exclamou:

– Kiria, agora Kaléu vai brigar com você!

– Não se preocupe eu vou dizer que quando ele ligou o ventilador o meu lápis voou e aí bateu no copo de suco e o copo caiu!

– Kiria, eu não acho uma boa ideia... Não podemos mentir... E...

– Ai, pode sim.

Kiria fez uma carinha que deu um dó e aí Kaissa permitiu:

– Ta, mas eu não quero ver e ouvir você mentir de novo, ouviu mocinha?

– Sim.

Kaléu ficou triste, mas a mãe deles comprou um livro novo e ele copiou tudo o que conseguiu.

Outro dia ela estava vendo os carrinhos de Klaudio e perguntou:

– Posso brincar com um de seus carrinhos?

– Se não sujar nem estragar.

– Ta bom, não vou.

Kiria foi brincar de carrinho no terreno ao lado da casa dela. Estava brincando na mureta de ir com o carrinho pra frente e pra trás, mas viu Lívia sua vizinha brincando na calçada da sua casa com a boneca que fala sete frases. Ela largou o carrinho e foi lá, mas quando ela largou o carrinho caiu e sujou todo de lama e quando ela voltou pra casa Kiria pisou em uma coisa dura e juntou o carrinho todo sujo e com uma roda quebrada. Kiria levou um susto, mas logo inventou uma história:

– A Elaine veio aqui e eu disse pra ela não sujar e nem quebrar o carrinho, só que aí eu fui ao banheiro e ela jogou o carrinho no chão.

Klaudio ficou triste e não deixou mais ela brincar com os carrinhos lá fora.

Outro dia Kiria estava conversando com Kaila. Kaila perguntou:

– É verdade que você mentiu pra mamãe?

– Sim, mas não conta pra ela.

– É verdade que você mentiu pra Sara?

– Sim, mas não conta pra ela.

– É verdade que você mentiu pro Kaléu?

– Sim, mas não conta pra ele.

– É verdade que você mentiu pro Klaudio?

– Sim, mas não conta pra ele.

– Kiria, quantos “não conta pra ele ou ela” você vai dizer? Quantas mentiras? Isso é errado. Está escrito em Êxodo 20:16: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” é um dos mandamentos de Deus, quem conhece eles mas não os segue não vai pro céu e você conhece.

Kiria ficou um pouco pensativa e exclamou:

– Eu vou contar a verdade e pedir desculpas para Jesus e para quem eu menti.

Assim Kiria contou a verdade para todos que havia mentido e pediu perdão para Jesus.

Giovanna Borges